12 de novembro de 2008
Sonhos brancos.
Eu mordia os próprios dentes com tanta força que doía do ouvido até a garganta. Reclamava silenciosamente do sapato, dos professores e também dos trabalhos que tinha entregado (e mais ainda dos que ainda tinha que entregar). Enquanto meus dentes escutavam minhas lamúrias, entraram quatro criaturas no ônibus. Duas meninas: uma grande e uma pequena e dois meninos: um médio e outro um pouco menor do que médio. Eram todos irmãos ou iguais demais para não serem. A representante grande paga o ônibus e é agilmente seguida pela pequena. Só que a pequena não paga o ônibus – escala a roleta de maneira surpreendente, com a habilidade de quem faz isso todos os dias. O médio paga o ônibus e o médio menor se mostra ainda mais rápido em pular obstáculos. Todos voltavam da escola e suas caras não eram a definição de felicidade. Uma vida com 50% de desconto, certamente em todos os setores. Tirei os sapatos e fui descalça do ponto até em casa.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário