9 de novembro de 2008

Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Mas é tudo figurinha repetida: não li sobre o assunto, não vi na televisão. Tudo o que sei foi o que me contaram e já é mais do que o suficiente; um cara entrou em um salão de beleza, matou a mulher e se matou em seguida. Tal qual fosse novidade todos comentam horrorizados e sim, não discordo sobre o horror que existe no fato. Só que é banal e sempre foi. O que eu questiono (sem sair do vício dos clichês) é o que motiva tanta gente a fazer tanta besteira? What more in the name of love? Já questionava Bono Vox e seus amigos, trezentos anos atrás.

Não me surpreende então, que se matem. São tão retrógados que agem como se fossem selvagens – e de fato realmente o são. E é por isso que hoje ainda é absurdo para alguns (alguns que muitos são) não desejar ter filhos ou não acreditar nos amores que acontecem só na sessão da tarde. E é por isso que os relacionamentos ditos saudáveis são aqueles que deixamos de fazer coisas pelo amor da nossa vida dessa semana. E é por isso também que acreditam que vão casar e ter filhos com a pessoa que estão agora. Porque são idealistas falidos em suas crenças, crenças estas que não acordam com o mundo acontecendo hoje.

Parece que a questão é matemática; se não vou ao cinema com um amigo porque você tem ciúmes LOGO; eu te amo. E haja fórmula para provar o amor. E haja presentes de cada mês e mais que tudo: que haja hipocrisia! E é fácil dizer que eu não sei do assunto e que não, eu nunca soube. Mas um dia sim, caio (morta?) de amores e vejo que sim, eles estiveram certos esse tempo todo. Um dia eu percebo que sim, fazer concessões é demonstrar amor.

Ficam horrorizados com o assassinato-suicida, mas não percebem que eles também morrem todos os dias. Morrem deixando de fazer o que gostam, morrem preocupados em sempre agradar e nunca perder, morrem querendo fazer ciúmes e matam seus princípios e suas ideologias. Deixam o mundo mais apaixonado em suas declarações no Orkut e mais doente com tantas expectativas que nunca serão cumpridas.

E eu vou continuar escrevendo e vocês continuaram se matando. Matem-se, porém deixem-me ser feliz.

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu
Nem sei quem sou
Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor
Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator...

Um comentário:

marina disse...

amor é euclidiano, não pode ser não-matéria pra não ser fractal. fractal não é paupavel e é infinito, LOGO não serve.
amor deve ser algoritmo imperativo, só existe duas respostas conhecidas e cabem num fluxograma.
fractais são muito mais legais. ,D