Quando eu tinha doze anos me chamaram para ir ao teatro. Lembro-me com perfeição de vestir uma blusona de lã, uma calça jeans de uma cor que jamais usaria hoje e meu adidas star (moderninha que era). A peça era “Confissões de adolescente” – eu tinha doze anos!
Chegando lá, num frio do cão, olhei ao meu redor e fiquei assustada. “Que poha é essa?!” – pensei. As mulheres usavam seus casacos peludos, brincos dourados e salto quinze. Os homens se vestiam como executivos (só que era domingo). Senti-me mendiga, porque na época não usava estilo como desculpa para me vestir mal. Pensei em fugir, mas as minhas amiguinhas impediram. Vi a peça na primeira fila porque sou muito burguesa e tinha ingresso dos patrocinadores (e não enxerguei nada porque a primeira fila era péssima) e ri litruz bastante. No final foi tudo bem e todos sobreviveram.
Anos mais tarde fui novamente assistir uma peça dessas clichês globais. Só que daí o enredo era outro: as pessoas continuavam a se vestir no estilo selvagem-urbano e eu continuava com a mesma roupinha da infância, só que diferente da outra experiência não me senti uma mendiga. Dessa vez eu não achei tanta graça e o final acabou sendo um alívio.
Hoje e somente hoje eu entendi: é que na minha querida cidade, cultura é fato raro e quando a festa é boa a gente usa a melhor das nossas roupas.
2 comentários:
porquê não te [s]calhas[/s] mudas? (não aceita tachado ¬¬')
mentirinha hihihi
teatro aqui é igual missa de domingo, até pra assistir cóssegas o povo se veste assim.
sou sua fã #1!
a minha pergunta é outra... por qué merda nao vens me visitar!! xP
aqui tem teatro... e eu nao vou. mas gostaria. Sería um incentivo a tua precença (??)
meu portugues é nojento!
bjossssss
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