Post dedicado a Joan – a amiga argentina.
Nesse frenesi que minha mente anda sempre, vivo formulando teorias (e quem não o faz?). É claro que normalmente isso acontece quando estou irritada ou fazendo alguma coisa que não é lá do meio feitio. Caminhadas, festas dondoquinhas ou aulas intermináveis são lá bons exemplos para citar.
Eis que estava eu, caminhando feito um hamster na gaiola nova e reparando nas pessoas. Observava seus hábitos, suas roupas e seus cabelos. Observava de fora, afinal ali não é meu habitat. Em contrapartida eu era um ser quase estranho para os nativos do hábito e estes me olhavam de forma evasiva. Pronto: todos os ingredientes e personagens para mais uma pseudo-teoria.
Na mesma proporção que os nativos sarados me enfrentavam, eu me encolhia. Eles me olhavam e eu sentia que não pertencia àquele lugar. Olhavam-me de modo tão furtivo, tão indecente que eu tinha vontade de me enfiar na terra enquanto voltava meus olhares ao chão.
Eu, como boa desequilibrada que sou não aceitei. Caminhei em fúria, mas decidi: isso não seria assim para sempre. Até poderia ser naquele dia (como experimentação) só que não para sempre. Não mesmo.
Foi na odisséia seguinte que já estava tudo estruturado: ninguém mais furtaria meus olhares. Andava de forma austera e esmagava sutilmente todos que pretendiam focar em mim. Percebia-os com uma espécie de desprezo e na minha magnitude eles ficaram minúsculos. Ninguém me furtou olhares, foi evasivo ou me julgou de fora do ambiente. Ninguém foi digno disso.
Esquizofrenia pouca. Não é à toa que as crianças usam fantasias de Homem Aranha. E viva o slogan do Boticário: você pode ser o que quiser (mesmo sem maquiagem).
2 comentários:
:)
gracias.
sou como quero, só nem sempre sei como :P mas acho de mais o simples fato de SER! :D
traz a joan de volta!!!
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