11 de agosto de 2008

Quiz, quiz, quiz!

Que o mundo é cheio de gente hipócrita, que só faz valer seus princípios quando lhes convém e que as pessoas se cegam por comodismo todo mundo sabe. Porém existem algumas figuras que nos surpreendem – ainda bem. Não vou aqui dedicar linhas às pessoas que estão super aí para salvar o mundo ou coisa do gênero. Não! Falo dos sujeitos que vestem o figurino dum perfeito rebelde, criticam deus e o mundo, mas no final das contas tudo que sabem ser é o filho único da mamãe.

Tenho plena certeza de que freqüentemente faço a mesmíssima coisa e tantas outras pessoas também a fazem. Faz parte do nosso cinismo enraizado desde sempre. Mas é como certa vez citou uma palestrante magricela:

Quando vendemos uma imagem, temos alguns pontos, conceitos que precisam ser respeitados. Tudo bem a dona da Daslu ser presa por sonegar impostos, mas seria trágico se descobrissem, por exemplo, que ela vende produtos falsificados. Já o PT ter um esquema de “mensalão” abala para sempre sua imagem, pois esse vendeu a imagem de honesto toda a sua história.

Bom: o que tento dizer é muitas vezes nos falta olhar no espelho, afinal é tão mais prático falar dos outros. Nada fora do clichê, nada fora do consenso mundial. Só que eu precisava fazer a piadinha:

1) Leia atentamente as questões abaixo, reflita e escolha a que melhor se adéqua com o seu perfil:

a) Se lhe ofertasse uma viagem aos principais museus da Europa ou então uma criação única e exclusiva de Manolo Blahnik, qual você escolheria?

( ) Com certeza iria aprimorar meus conhecimentos sobre arte e viajaria feliz da vida para a Europa – cultura é tudo.

( ) Criação exclusiva? Do Manolinho? Só pode ta de brincadeira que algum imbecil iria para a Europa.

b) Entre fazer uma faculdade inteira num país mais ou menos ou uma criação de Manolo, com qual você fica?

( ) Bom, escolheria um bom curso (talvez até de pós) e aproveitaria a incrível oportunidade, visando sempre o futuro.

( ) Iria certamente num casamento usando meu Manolo e todas ficariam roxas de inveja, inclusive a Doutora que dá em cima do meu namorado.

c) Se você pudesse fazer uma plantação de açaí, tendo um mercado imenso para compras das suas frutas ou esse mesmo dinheiro fosse investido numa sapatinho lindo do Manolo, com aquele salta incrível, qual escolheria?

( ) Sem sombra de dúvidas plantaria açaí – sou verde e quero salvar o mundo.

( ) Usaria meu Manolo, isso iria aumentar meu network.

d) Para finalizar, em quantas parcelas você parcelaria seu Manolo?

( ) 72 vezes

( ) 10 anos

( ) 20 anos

( ) Venderia a mãe e a alma para pagar a vista, eu sou fina meu bem.

Manolo Blahnik (Santa Cruz de La Palma, 27 de Novembro de 1942) é um estilista espanhol e dono de uma das mais proeminentes marcas de sapatos femininos. Suas criações custam em média 8,000 reais e ele possui fila da espera para vender seus objetos de desejo. Eu sou uma universitária que nunca viu 8,000 reais na mão e falo e critico pessoas sem embasamento algum. Este foi meu primeiro post remunerado e receberei por ele um copo (de isopor!) de café no valor de R$0,50.

9 de agosto de 2008

Olhares furtivos. (meditação not)

Post dedicado a Joan – a amiga argentina.

Nesse frenesi que minha mente anda sempre, vivo formulando teorias (e quem não o faz?). É claro que normalmente isso acontece quando estou irritada ou fazendo alguma coisa que não é lá do meio feitio. Caminhadas, festas dondoquinhas ou aulas intermináveis são lá bons exemplos para citar.

Eis que estava eu, caminhando feito um hamster na gaiola nova e reparando nas pessoas. Observava seus hábitos, suas roupas e seus cabelos. Observava de fora, afinal ali não é meu habitat. Em contrapartida eu era um ser quase estranho para os nativos do hábito e estes me olhavam de forma evasiva. Pronto: todos os ingredientes e personagens para mais uma pseudo-teoria.

Na mesma proporção que os nativos sarados me enfrentavam, eu me encolhia. Eles me olhavam e eu sentia que não pertencia àquele lugar. Olhavam-me de modo tão furtivo, tão indecente que eu tinha vontade de me enfiar na terra enquanto voltava meus olhares ao chão.

Eu, como boa desequilibrada que sou não aceitei. Caminhei em fúria, mas decidi: isso não seria assim para sempre. Até poderia ser naquele dia (como experimentação) só que não para sempre. Não mesmo.

Foi na odisséia seguinte que já estava tudo estruturado: ninguém mais furtaria meus olhares. Andava de forma austera e esmagava sutilmente todos que pretendiam focar em mim. Percebia-os com uma espécie de desprezo e na minha magnitude eles ficaram minúsculos. Ninguém me furtou olhares, foi evasivo ou me julgou de fora do ambiente. Ninguém foi digno disso.

Esquizofrenia pouca. Não é à toa que as crianças usam fantasias de Homem Aranha. E viva o slogan do Boticário: você pode ser o que quiser (mesmo sem maquiagem).



Simplificando.

- Tô mais feia hoje do que nunca.

- Todo dia você fala isso.

- Droga! Vai ver todo dia é verdade.

8 de agosto de 2008

Às minhas queridas amigas

(Não todas, só algumas.)

Eis que hoje me deu uma vontade (das grandes) de falar coisas doces a vocês. Eu sei que não sou boa em ser doce, mas em algumas ocasiões gostaria. Foi quando na aula da Teoria da Informação disseram não existir verdades e sim realidades que eu tive ainda mais vontade em escrever. Para vocês e só para vocês.

Dizem que as coisas dependem do ponto de vista que temos para elas. Mesmo que eu queira discordar, cada vez é mais fácil aceitar isso. Só não digo ser verdade para o texto não ficar tão contraditório (como disse de início esse não é pra ter muito a minha cara).

E é no meu ponto de vista que eu vejo que vocês têm todas as armas para serem feliz. Digo também que vocês podem sim fazer as coisas que desejam e até mesmo as que simplesmente almejam. Escrevo para falar que se eu pudesse pegava vocês e levaria para tomar um sorvete no Mc Donald’s. Uma de cada vez para evitar crises de ciuminhos.

Sejam persistentes em seus propósitos e achem quem estão procurando. Termino aqui porque já estou bem atrasada para o trabalho (e preciso duma desculpa por não ser doce o quanto queria).

É só o que eu penso e não o que eu acho que devam fazer.

5 de agosto de 2008

Bruta, ciega, sordomuda, torpe, plasta y testaruda.

Nunca duvide da estupidez humana – foi o que Bukowski me disse hoje à tarde. Não duvidei. E é como dizem: comece a mudar o mundo por si próprio.

3 de agosto de 2008

Mas pode me chamar de gengibre.

Até ontem dizia para minha mãe que desprezava o gengibre. Toda vez que o tal gengibre ficava na minha vista (na cesta de frutas ou na geladeira) uma coisa era certa: pobreza. Gengibre só aparece aqui em casa quando não há mais comida alguma disposta. Pior que cheiro de mexerica só gengibre, apesar da briga ser boa.

Só que é aquela história – um dia tudo muda. Hoje tudo mudou. Tudo o que eu pensava sobre o gengibre mudou e agora somos amigos. Ou melhor, somos mais que isso. A relação é tão intensa que agora eu quero ser um gengibre.

Feio e desproporcional o gengibre várias vezes parece um dedo mutilado conservado em geladeira. Mas mesmo assim eu gosto dele. É paixão e a gente não explica, mas vamos aos fatos: hoje eu estava avisada, entre uma garfada ou outra eu iria encontrar o gengibre. Mesmo de forma tensa, nossa relação se aprofundou aí, quando descobri que gengibre é uma pimenta desajeitada, sem cores vibrantes. Discreto e provocante.

Minha personalidade ideal em forma de metáfora comestível. Arde, incomoda e a gente sempre quer mais. Vida longa ao gengibre porque ser bonitinho não é tudo nessa vida quando precisam de nós no dia seguinte.

2 de agosto de 2008

Você é boa no quê?

Já não gostei dele e não gostei mesmo. Não precisei de motivos para isso, apenas a pose de superior e o cachecol dele já me irritaram bastante. Pareceu que horas de trabalho eram as coisas mais importantes do mundo.

Se inicialmente não tive boas impressões dele, imagine só quando ele resolveu falar. Falar e falar e como falava. Dizem que nosso próprio defeito nos incomoda mais. Era para um grupo que ele exaltava suas qualidades, mas parecia que tudo era só para mim. Tudo pessoal.

Mas a cereja do bolo foi o momento que ele resolveu fazer perguntas e as fez justamente para mim. Perguntou-me sobre habilidades e eu respondia furiosamente doce que não as tinha. Ele se irritou. Eu me irritei ainda mais. De repente ele me pergunta (como quem enfia uma faca no estômago do inimigo) e de forma nada amistosa: mas afinal você é boa em quê?

E eu respondo: em detestar pessoas como você.

1 de agosto de 2008

Tarde chuvosa e frases para citar.


1) You either die a hero or you live long enough to see yourself become the villain. 

2)  Y'see, madness, as you know, is like gravity. All it takes is a little...push. 

3) - One day I found a child playing with a ruby as big as a tangerine. The bandit had been throwing the stones away.

- Then why steal them?

- Because he thought it was good sport. Because some men aren't looking for anything logical, like money. Th ey can't be bought, bullied, reasoned or negotiated with. Some men just want to watch the world burn.


E eu continolouca para ver o mundo pegar fogo.